sábado, 19 de setembro de 2009

A grande corrida!!!

Yes, hoje foi o tão esperado dia da grande corrida. Nós compramos ingresso para o setor chamado "general admission", comparável à geral nos estádios de futebol.

Natália começou a se aprontar cedo, pois tinha que se juntar ao pessoal da empresa. Eles ganharam convite para assistir aos páreos em uma área vip, onde se servia comida e bebida. Logo, vocês sacaram que ficamos separados, né? Ela podia passar para o nosso lado quando quisesse, mas a recíproca não foi verdadeira.

Vejam como ela estava linda ao sair de casa:


Tem umas coisas interessantes: as mulheres vão com vestidos de noite e chapéu, alguns muito extravagantes; tem o pessoal que vai com fantasias mesmo, tipo Batman e Robin; os homens vão de terno ou calça e camisa sociais - alguns vão de ternos muito coloridos, vocês vão ver mais adiante, no post dos modelitos que fotografamos.

O hipódromo é igualzinho àqueles que a gente vê em filmes: possui um galpão apinhado de apostadores, que nem assistem às corridas; depois vem uma construção com fileiras de cadeiras em aclive e enormes janelas de vidro, voltadas para um enorme gramado e, lá adiante, a pista de corrida. Vejam algumas fotos:

Lá dentro, as arquibancadas e uma visão panorâmica da pista

Este é o galpão de apostas

Tem gente que fica apenas apostando e nem assiste às corridas, porque nesse galpão há apostas para as corridas do país todo. Então os apostadores só veem os resultados e nem saem dali.

(Bel falando) Eu apostei na corrida que está na foto a seguir. Investi 5 dólares no cavalo Masekela e recebi 11. Então reapostei 10 no "Honour of Denmark" no páreo seguinte e perdi. Depois apostei mais 10 no Spicks and Specks e perdi novamente. Depois apostei no Hot Time e perdi de novo. Aí esperamos o grande páreo e apostamos em dois cavalos, Hazardous Harmony e Zubizaretta, 10 em cada. Perdemos novamente. Antes de ir embora, apostamos pela última vez em outro pequeno páreo, mas nosso cavalo, chamado Pumpkin Head, ficou em segundo. Aí foi o fim do evento. Ainda bem, porque descobrimos que apostar é bom demais. Mas vamos à foto:


Lá no hipódromo encontramos a Luciana e o Rafael, amigos da Natália - e agora nossos amigos também. Eles tem um filho lindo, chamado Nicolas. A gente os conheceu no sábado passado, quando almoçamos juntos, mas eu me esqueci de tirar fotos, porque fiquei encantada com o Nicolas. Aí estão eles:

Eles são de BH, mineiros como nós. E quanto a gente se encontra é sempre muito divertido e alegre.

O Nicolas gostou de mim e do meu colo. Acho que me vê como vó, porque dá risada quando falo com ele e fica todo dengoso comigo. Hoje dormiu brincando com meu brinco, coisa mais linda!

Vejam a Natália e o Tim, em um dos momentos em que passaram para o lado dos pobres:

Agora vejam um colega da Natália, o Monty, que é professor de matemática:

Chegou a hora de mostrar a vocês alguns modelitos que fotografamos durante a corrida. Não precisamos comentar nenhum deles, vocês é que tirarão suas conclusões.



















































Esperamos que vocês se divirtam com as fotos. Nós nos divertimos muito hoje.

















Uma tarde no museu

Hoje já é sábado, 19/9, à noite. Ontem foi dia de visitar o Museu da Cidade de Kalgoorlie. Foi interessante, porque conta toda a história da cidade, desde a descoberta do ouro pelo Paddy Hannan. Deu para perceber que esse cara era um bronco, que falava pouco e não fazia amigos.

O museu tem uma torre, em forma de "shaft", que é a estrutura metálica usada para sustentar o elevador que desce a uma mina. Vejam a foto:

Nos idos da fundação, esta região era meio parecida com o velho oeste americano, tinha até carruagem igualzinha às diligências. Vejam:

O interessante é que, pela narrativa da exposição, não existia povo algum por aqui.






Aí, de repente, a gente dá de cara com uma vitrine que mostra objetos de madeira, com a informação: "brinquedos e ferramentas dos aborígenes". Mas esse é um povo invisível no museu...

Continuando a caminhada, a gente conhece a primeira enfermeira da cidade, por uma foto pendurada em uma galeria: aborígene! Aí conhece a primeira freira, os dois primeiros fotógrafos, as fotos da primeira expedição geológica, feita por dois ingleses, montados em camelos, seguidos por uma fileira de carregadores... aborígenes!

Descobrimos que o grande modernizador da região foi um tal Claude de Bernales, que chegou aqui não se sabe se vindo de Londres ou da América, casou-se com a filha de um rico dono de metalúrgica e se tornou o empresário e industrial que transformou a aventura amadorística do garimpo em negócio empresarial.

A água que abastece Kalgoorlie viaja 600 km em aqueduto que foi projetado por um engenheiro chamado O'Connor. A imprensa e o parlamento acharam seu projeto delirante, acusaram-no de corrupção e ele, então, sob muita pressão, acabou se matando da forma mais estranha: montado em um cavalo, entrou no mar e nunca mais foi visto.

Vejam o consultório do primeiro dentista (essa foto é para a Clélia!):


Vejam que preciosidade, este "reclame" do sabonete Lifebuoy (tem gente que lê este blogue e conheceu esse produto):


Algumas casas de pioneiros foram preservadas, como esta, com tudo arrumadinho lá dentro:

Quando a gente enfim chega ao mirante da torre metálica, tem uma boa vista da cidade, que, curiosamente, não tem prédios de apartamentos ou de escritórios:

O dia estava muito claro, o céu com algumas nuvens, e o vento gelado, soprando em todas as direções!!!

Mas a vista lá de cima é boa, compensa os 4 minutos que a gente suporta ficar no vento (hehehehe!)...

O mais interessante que vimos foi o que não pudemos fotografar: no início da cidade, foram criadas associações profissionais, meio parecidas com sindicatos, e todas tinham suas bandeiras enormes, pintadas a óleo: engenheiros, padeiros, costureiros... E havia uma associação cultural dos escoceses, chamada "Caledônia". Nas fotos, a gente vê que eles são meio rudes e gostam de esportes violentos, como luta-livre e box, além de corridas.

Por fim, uma foto com um daqueles avisos hilariantes, provocados por alguma situação inaceitável, ocorrida na "casinha" (ou "reservado", como escreveu o mexicano Juan Rulfo) de uma casa de pioneiros exposta no museu:

" Somente exposição": modo educado de avisar que o sanitário é só para ver, não para usar

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O Centro de Artes de Kalgoorlie

Hoje é sexta-feira, 18/9, e são 12h30, com muito vento. Só Gilson saiu de casa, para comprar uma torta australiana, que é algo como o empadão goiano daqui. Parece mesmo o empadão, mas o recheio é feito de uma pasta de carne, mais para molho, meio apimentada. A carne fica pastosa porque é muito cozida. Vejam:

Ele comeu e gostou. Disse que ainda vai comer outra antes da gente viajar, no domingo. Por causa do aspecto da carne, a Natália e a Lu não apreciam esse prato típico daqui, elas denominam o recheio de "a gosma". Eu não provei.

Ontem nós fomos visitar o Centro de Artes de Kalgoorlie, que fica a dois quarteirões da casa da Tchuca.


Não é permitido fotografar dentro da galeria de artes, apenas no foyer, que apresenta algumas amostras da arte aborígene:


Uma constatação interessante: a galeria apresenta quadros de apenas um pintor australiano que não é aborígene; ele pinta paisagens e tipos daqui. O restante é só quadro de arte aborígene, que é muito diversificada, variando as características quando muda a etnia a que pertence o artista.

Ontem à noite nos dedicamos, Tchuca e eu, aos preparativos para o dia da corrida de cavalos, que é amanhã, sábado. Ela tinha que comprar uma flor para enfeitar o cabelo, já que não vai usar chapéu. Eu cheguei a experimentar uns chapéus, mas achei todos ridículos. Resultado: vou mesmo sem chapéu e sem flor!!! Tchuca vai linda, depois mostro as fotos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um dia de sol e sorvete...

Hoje aqui na Austrália já é quinta-feira, 17/9, à tarde. Anteontem foi dia de curtir um pouco de calor, bater perna pela Hannan St. e tomar sorvete.

Havia gente nas ruas, um movimento descontraído, todos apenas curtindo: adolescentes voltando da escola, idosos passeando, alguns aborígenes bêbados. Vejam a foto:

Hannan Street

Paramos para sentar no coreto enquanto degustávamos sorvetes. Vejam o coreto de Kalgoorlie, com um lindo casal de velhinhos (não somos nós, hehehe!):


Enquanto tomávamos sorvete, olhávamos o movimento na praça Santa Bárbara e pensávamos: como é bom ficar à-toa!

Lá adiante, Gilson lê a triste história de Sta. Bárbara nos blocos que circulam o espelho d´água

Bem, isso foi anteontem! Foi um dia meio drummondiano, "eta vida besta, meu deus!"


Já ontem foi diferente, mas eu conto mais tarde...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um bolo de fubá!


Não, este não virou um blogue de culinária! Esta foto foi só para mostrar a vocês que hoje a Natália ganhou um belo bolo de fubá. Com ingredientes comprados aqui!

Acontece que os ingredientes não são exatamente iguais, então a gente precisa saber improvisar. Mas até erva-doce entrou na massa! E ficou muito gostoso o bolo, a Dona Izabel precisava ver este!

Hoje foi dia de vagabundar, enquanto aguardamos o grande evento, aquele que mobiliza toda a cidade: é uma corrida de cavalos, a Race Round 2009. Tem aposta, muita cerveja e todas aquelas firulas: as mulheres usam vestidos vaporosos de todas as cores, menos preto, com chapéus idem. Claro que Gilson e eu vamos ver a corrida e até apostar em um cavalo...

Então, para matar o tempo antes que ele nos mate, ficamos batendo perna por aí e vendo as coisas interessantes que a cidade oferece. Essas coisas vão nos dando uma idéia da mentalidade, cultura, costumes e regras da sociedade que estamos conhecendo.

Para hoje, coletamos alguns conselhos, sob a forma de avisos e advertências, que achamos curiosos.

Reparem no valor da multa, se alguém deixa o cachorro fazer cocô no parque e não limpa:

Tem mais coisas desse tipo. Há multas para quem joga lixo nos parques, também:









Tem também os recados que as pessoas colocam nas caixas de correio:

Como vocês podem ver, há todo tipo de aviso ou pedido. Há também as placas de trânsito que nos são totalmente estranhas, assim como alguns avisos para os pedestres. Vejam estes:











E vejam esta placa que avisa da passagem de pedestres:


Há os avisos curiosos que vimos na mina subterrânea, aquela do pânico. Vejam só:



Depois de ler todas essas advertências,
o cara que trabalhava na mina devia pensar:

- Oh, my gosh! (é assim que eles falam aqui) Onde é que fui amarrar a égua?



Bom, para terminar, mostro a vocês um exemplar da arte aborígene, que vimos em uma galeria de arte. Vamos conhecer melhor essas produções amanhã, mas aqui vai um aperitivo:

domingo, 13 de setembro de 2009

Um passeio que deu medo!

Hoje é domingão. Almoçamos em casa, um tradicional estrogonofe de frango desfiado como só a mamãe sabe fazer. Bom demais!

Falta contar o restante do passeio de ontem. Depois do emocionante voo de helicóptero, fomos fazer o tour pela mina subterrânea, a primeira da cidade, cavada lá pelos idos de 1800 e tantos.

Colocamos o equipamento de segurança e descemos por um pequeno elevador até a profundidade de 76 metros. Vejam a entrada da mina:


E aí estamos nós:

Gilson e nosso guia...

A família teve que usar equipamento de segurança, como vocês podem ver:





No começo, era tudo alegria e curiosidade. Começamos a andar pelas galerias, com o guia contando a história da mina e dando verdadeiras aulas de como se trabalha em mina subterrânea.

(Bel falando) A certa altura, quando seguíamos o guia galeria após galeria, com a escuridão aumentando e o teto ficando cada vez mais baixo, o homem simplesmente sumiu da minha frente. Eu era a primeira da fila, atrás de mim vinham Natália e Gilson e atrás deles umas oito pessoas. Foram todos me seguindo, até que parei, pois percebi que estávamos perdidos: o guia havia sumido!

Bateu um medo, comecei a sentir enjoo e a suar frio. Mandei todos voltarem e, quando fizeram isso, fiquei em último lugar da fila. Eu nem tinha coragem de olhar para trás. A turma andava quase correndo, nem parecia um bando de aposentados.

Mesmo assim, eu ainda lembrava de tirar umas fotos meio desesperadas:


Parece claro, mas isso é efeito do flash. Na verdade estava quase escuro.

De repente, não mais que de repente, saímos em um salão e demos de cara com:

THE GUY!!!!!!!
Aaaaaiiii, que susto!!! Mas perto dele, para nos tranquilizar, estava o nosso guia:


Depois disso, eu só queria terminar o tour e pegar o elevador para respirar o ar fresco. Mas Gilson, antes de sair, ficou amigo do "cara":


Mas antes de sair, ainda fiz um furinho na parede, usando a tecnologia de antanho:



Depois disso, respiramos aliviados, já na superfície segura da terra seca: